As críticas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) contra o então candidato Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral ainda não cicatrizaram.
Órgãos ligados à CNBB, como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), não economizaram ataques, que continuaram após a eleição e a posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República.
A Pastoral Carcerária, por exemplo, é uma ação da Igreja Católica Romana no Brasil, vinculada à CNBB, distribuiu nota na semana passada em que critica o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro. A nota emitida pela pastoral foi repassada por influenciadores e blogs ligados ao PT como um demérito da proposta apresentada pelo ex-juiz que condenou o ex-presidente Lula da Silva, líder da legenda.
Durante a campanha, a Pastoral da Terra divulgou relato do bispo André de Witte, da Bahia, que apontou Bolsonaro como um “perigo real”.
Agora, com a divulgação dos informes pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre encontros de cardeais do Brasil com o papa Francisco, no Vaticano, para discutir a realização do Sínodo sobre Amazônia, a ação destas organizações passaram a ser vistas com preocupação por parte do governo federal.
Durante 23 dias, o Vaticano vai discutir a situação da Amazônia e tratar de temas considerados pelo governo brasileiro como uma “agenda da esquerda”, que ameaça a soberania nacional.
Segundo os relatórios da inteligência brasileira, setores da Igreja Católica, que é uma tradicional aliada do PT, estariam se articulando para influenciar debates antes protagonizados pelo partido no interior do País e nas periferias.
“Estamos preocupados e queremos neutralizar isso aí. […] Achamos que isso é interferência em assunto interno do Brasil”, explicou o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ao jornal Estadão.