O amor aos animais e o fanatismo racial andaram lado a lado na Alemanha Nazista.
O historiador Jan Mohnhaupt, autor do livro “Animais no nacional-socialismo”, afirma que “quem quiser aprender algo sobre a arbitrariedade e a contradição” do regime da Alemanha Nazista “não deve negligenciar o papel dos animais”.
“Às vezes eles serviam de exemplo, às vezes como inimigo, às vezes eram apenas um meio para atingir um fim”, acrescentou¹ Mohnhaupt.
Os cães favoritos do ditador Adolf Hitler eram os pastores-alemães, uma raça de cachorro obediente e que se assemelha ao ancestral lobo.
Hitler admirava lobos. Ele gostava de ser chamado pelo apelido de “lobo” por amigos. Seus quartéis-generais na 2ª Guerra Mundial chamavam-se “Wolfsschlucht” (desfiladeiro do lobo) ou “Wolfsschanze” (fortaleza do lobo).
Em 1928, o ministro da Propaganda no nazismo, Joseph Goebbels, ameaçou os políticos da República de Weimar na campanha eleitoral: “Viemos como inimigos! Como o lobo que invade o rebanho de ovelhas, assim viemos.”
ANIMAIS DIGNOS E INDIGNOS
Assim como os humanos, os animais foram divididos pelos nazistas em vidas “dignas” e “indignas”.
Enquanto grandes felinos, como leões e panteras, eram admirados, o escritor nazista Will Vesper caracterizou os gatos domésticos como “traiçoeiros, falsos e antissociais”, porque eles perseguiam os populares pássaros cantantes.
De acordo com Vesper, os gatos seriam os “judeus entre os animais”, o que remete a uma triste tradição comum na Europa: na Idade Média, presumia-se que gatos e judeus estivessem em aliança com o diabo.
Os porcos também tinham uma imagem positiva na visão de mundo nazista. Outros animais “importantes para os esforços de guerra” eram criados em escolas: bichos-da-seda.
Referências: [1]