Paleontólogos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), do Rio Grande do Sul, e da Universidade de São Paulo (USP) são os responsáveis pela descoberta do fóssil do Buriolestes schultz.
O dinossauro viveu há 233 milhões de anos, no período Triássico — datado entre 250 milhões e 200 milhões de anos –, onde hoje se situa o Rio Grande do Sul.
O animal era bípede e de pequeno porte. Tinha 1,5 metro de comprimento e mantinha dieta faunívora — comia carnes, insetos e invertebrados.
Através da análise da ossada e de uma tomografia computadorizada, que possibilitou entender o espécime, os pesquisadores concluíram se tratar de um animal caçador com visão aguçada.
Dessa forma, este dinossauro passou a ser o mais antigo a ter o cérebro completamente reconstituído.
O trabalho dos brasileiros resultou em artigo publicado no periódico internacional Journal of Academy.
“Com o advento de novas tecnologias, como a microtomografia computadorizada, é possível gerar um modelo tridimensional que preserva feições da morfologia externa do cérebro”, explica o paleontólogo José Darival Ferreira.
“Foi possível preencher virtualmente a cavidade encefálica do Buriolestes schultzi e gerar um modelo tridimensional do cérebro e do ouvido interno. Com isso, conseguimos observar o padrão bastante primitivo (não muito especializado ou modificado, em comparação a outros dinossauros). As estruturas observadas no cérebro do animal, nos indicam que era provavelmente um caçador de boa visão, e de olfato não tão desenvolvido”, continua Darival.