Propaganda divulgada recentemente por hospital da Universidade de Pequim vetava carecas e exigia que potenciais doadores apoiassem o Partido Comunista Chinês e o presidente Xi Jinping; ridicularizada na internet, campanha foi descontinuada.
A propaganda para doadores de esperma era exigente. Não seriam aceitos homens carecas. Nem com doenças hereditárias como daltonismo. E caso ainda houvesse alguma dúvida, o banco de espermas do Third Hospital da Universidade de Pequim esclarecia: apenas homens com um amor permanente pela “pátria socialista” deveriam se candidatar.
O esforço do presidente chinês, Xi Jinping, para restaurar o Partido Comunista Chinês para o centro da vida cotidiana no país fez com que banners com mensagens socialistas fossem espalhados pelas ruas da capital Pequim, estimulou a transmissão de raps nacionalistas nas rádios e a exibição de filmes patrióticos nos cinemas. Agora, Xi inspira um novo teste de lealdade partidária: a reprodução.
O anúncio colocado pelo banco de espermas do hospital, que havia sido amplamente divulgado nas redes sociais chinesas nos últimos dias, incluía também o apoio ao PC chinês e a Xi como seus principais requisitos para os potenciais doadores.
“A pessoa deve ter bons pensamentos ideológicos”, diz a peça publicitária ao descrever o doador ideal. “(Deve) amar a pátria socialista e apoiar a liderança do Partido Comunista Chinês”, continuava o texto.
Os homens que fossem aceitos como doadores poderiam receber até 5.000 renminbi, o equivalente a R$ 2.688. Em 2016, cerca de 19% dos candidatos que se apresentaram ao banco de espermas do hospital foram aceitos, segundo uma notícia da época.
Depois de ser amplamente ironizado nas redes sociais, o anúncio acabou removido.
“Amor pelo país e pelo partido (agora) começam desde esperma”, escreveu sarcasticamente um dos usuários do site Weibo, a versão chinesa do Twitter, ao comentar a peça.
Com informações de: [Estadão]