Capa: Carlos Moura
Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em um debate em Cambridge, no Estados Unidos, que há uma “operação abafa” para tentar impedir o combate à corrupção.
Segundo ele, desde que ficou claro que o tribunal vai limitar fortemente o foro privilegiado, o foco foi para tentar alterar a jurisprudência da corte, para acabar com a obrigatoriedade da prisão de réus após a condenação em segunda instância — o objetivo seria fazer com que a prisão só ocorresse após o trânsito em julgado, ou seja, que todos os recursos sejam esgotados.
Em sua apresentação no Brazil Conference at Harvard & MIT, o ministro declarou:
Há uma operação abafa em curso. A estratégia mudou para acabar com a execução (da pena) após o segundo grau. Daí a ação o processo (contra corrupção) vai começar no primeiro grau e não vai acabar nunca. A estratégia (da operação abafa) foi alterada diante da perspectiva da mudança do foro.
O ministro afirmou que há três pontos que precisam ocorrer para progredir no combate à corrupção: garantir a punição (neste caso, em sua opinião, manter a prisão após a decisão de segunda instância é essencial), a reforma política e a redução do tamanho do estado.
— O sistema político é um indutor da criminalidade. E a redução do estado não significa estado mínimo — disse ele, defendendo a redução dos cargos comissionados e das estatais, mas mantendo os programas sociais.
Com um forte discurso contra a corrupção, Barroso afirmou, contudo, que este não pode ser o único tema do país. Ele afirmou que isso é uma condição básica para o país avançar em outros pontos.
— A corrupção não pode ser um monotema da sociedade brasileira — disse ele.
No fim, Barroso falou em uma eferência que foi entendida como a Temer e a Lula.
— Sou juiz do STF há cinco anos. Procuro ser o melhor juiz que eu consigo ser, que é um juiz que faz uma interpretação constitucional retilínea e não desvia quando chega em A, não desvia quando chega T e não desvia quando chega em L.
Com informações de: [OGlobo]