Cânceres transmissíveis são raros em mamíferos. Mas isto não impediu que a doença dizimasse quase a totalidade da população de diabos-da-tasmânia.
Um tipo de câncer facial foi o culpado por dizimar cerca de 80% da população de diabos-da-tasmânia nas últimas décadas.
Os cientistas só começaram a detectar um aumento de tumores na população destes animais em 1996.
A doença, que é transmitida por meio da mordida, estava crescendo em taxa exponencial.
“Quando um indivíduo infecta outro, esse tumor tende a sofrer mutações. Quanto maior a transmissão, mais frequentes são as mutações”, destaca a Super Interessante.
Como este marsupial só existe na Tasmânia, localizada na Austrália, a doença ganhou rapidamente tração entre a população, reduzindo o número total para 15 mil indivíduos.
Muitos cientistas acreditavam que a espécie estava há um passo da extinção, mas um novo estudo sugere que a transmissão vem diminuindo.
No pico da epidemia, no início dos anos 2000, cada diabo-da-tasmânia transmitia o tumor para, em média, outros 3,5 indivíduos.
Agora, de acordo com o novo estudo, que utiliza análise genômica, mostra que a taxa de transmissão caiu para menos de 1.
A notícia é excelente, pois alguns animais estão passando o câncer para apenas um indivíduo, enquanto outros não passam para nenhum. Dessa forma, a doença tende a se extinguir.
Entretanto, os autores do estudo relatam que ainda é necessário cautela, e que os esforços para a preservação da espécie devem ser mantidos.