País asiático passou a liderar rankings globais de educação após reforma curricular e valorização da profissão docente.
Décadas atrás, Cingapura era um pequeno entreposto comercial, com uma população majoritariamente analfabeta e empobrecida. Hoje, é um hub financeiro internacional que lidera o mais importante ranking mundial de educação.
Na faixa etária de 15 anos, os estudantes de Cingapura foram os que tiveram melhor desempenho em matemática, ciência e leitura na mais recente avaliação do PISA, exame internacional em que o Brasil ainda se mantém estagnado nas posições mais baixas.
Essa transformação na educação cingapuriana teve como base a valorização do professor, como explica Goh Chor Boon, gerente-geral da Universidade Tecnológica de Nanyang:
Ser professor não é um emprego, é uma profissão responsável por moldar as futuras gerações. Tratamos os professores como joias.
Goh acrescentou:
Um novo professor tem a mesma remuneração que um novo advogado ou médico no serviço público.
Além disso, há também bônus por desempenho em sala de aula, que pode ser de quatro a cinco salários. Ao avançar na carreira, o professor pode se tornar, por exemplo, pesquisador em educação ou mentor.
Segundo informações da Terra:
Em troca, é exigido que os docentes entreguem “profissionalismo, paixão e gana de moldar o futuro da nação”, além de encararem a profissão como uma “missão” – a de formar alunos autônomos em seu aprendizado “que possam sobreviver em qualquer lugar do mundo”.
Também cabe aos professores manter uma formação constante: segundo Goh, eles passam, obrigatoriamente, por 100 horas anuais de treinamento, para se atualizarem com as práticas de ensino mais eficientes e modernas. A “sinergia” entre o Ministério da Educação, as instituições de ensino superior e as escolas têm a missão de garantir que os docentes desenvolvam e apliquem pedagogias inovadoras e cada vez mais voltadas a “valores e à resolução de problemas da vida real”.
“Os professores têm de ser alunos a vida inteira”, argumentou o cingapuriano. “Quando eles param de aprender, o ensino sofre.”