A estratégia de Dino para criar novas intrigas na cúpula do governo surtiu efeito após reação de Carlos Bolsonaro.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, membro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), conseguiu gerar atritos, nesta sexta-feira (3), dentro do Palácio do Planalto.
Um dia antes, através de videoconferência, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, reuniu os representantes do Conselho da Amazônia Legal, formado pelos governadores do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Além de apresentar as ações estratégicas que serão executadas pelo conselho no combate ao desmatamento e às queimadas ilegais, Mourão anunciou a criação da Comissão de Saúde e Cidadania da Amazônia Legal para enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
Em um jogada bem planejada, o governador Flávio Dino usou a coluna na revista Época, do jornalista Guilherme Amado, um dos grandes opositores do governo Jair Bolsonaro na imprensa brasileira, para criar intrigas entre Mourão e o Presidente da República.
Em nota divulgada pela coluna, Dino destilou o veneno:
“Tivemos uma reunião com diálogo técnico, respeitoso, sensato. Claro que Mourão não é do meu campo ideológico. Mas, se Bolsonaro entregar o governo para ele, o Brasil chegará em 2022 em melhores condições.”
Na noite desta sexta-feira (3), o comentário de Dino foi rebatido pelo vereador Carlos Bolsonaro em mensagem no Twitter.
O filho do presidente Bolsonaro criticou Mourão por ter se reunido com o “maior opositor socialista do governo, que se mostra diariamente com atitudes totalmente na contramão” do governo.
O que leva o vice-presidente da república se reunir com o maior opositor SOCIALISTA do governo, que se mostra diariamente com atitudes totalmente na contramão de seu Presidente? pic.twitter.com/xCIC3S88RM
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) April 3, 2020
Após as declarações de Carlos, a imprensa brasileira não perdeu tempo e tratou de amplificar ainda mais o atrito gerado pelo governador do PCdoB.
“Carlos Bolsonaro insinua que Mourão conspira para derrubar o pai”, diz a matéria da Folha de S.Paulo.
“Carlos ataca Mourão por encontro com governadores de grupo criado pelo próprio Bolsonaro”, diz o jornal Estadão.
“Carluxo ataca Mourão por reunião com ‘comunista’”, diz a revista Veja.
Por falar em imprensa brasileira, a revista ISTOÉ também está aproveitando as mazelas causadas pela pandemia do novo coronavírus para estimular a derrubada do presidente Bolsonaro.
A nova edição da revista traz o vice-presidente na capa com o título: “A solução Mourão”.
No texto, o general é retratado como uma “alternativa constitucional para dar rumo ao país”.
A edição 2621 de ISTOÉ já está no ar: "A solução Mourão"
— Revista ISTOÉ (@RevistaISTOE) April 3, 2020
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