Associações trabalhistas denunciam coação de chefes em favor da reeleição e punições da ditadura da Venezuela aos que não participaram da fraude eleitoral.
Associações de trabalhadores ligadas à oposição da Venezuela denunciaram na terça-feira (22) ameaças de punição da ditadura a funcionários públicos que não participaram da votação que levou Nicolás Maduro à reeleição.
Líderes opositores impedidos pela Justiça de concorrer chamaram a população a não participar. Maduro obteve 68% dos votos e a abstenção ficou em 52%.
O processo eleitoral não foi reconhecido pela maior parte da comunidade internacional e, inclusive, já gerou novas sanções dos Estados Unidos contra a ditadura.
O presidente dos #EUA, Donald Trump, assinou ordem executiva que limita a capacidade da #Venezuela de vender bens públicos, afetando principalmente contas da ditadura relacionadas ao setor de petróleo.https://t.co/v6uphGiGqH
— RENOVA (@RenovaMidia) May 21, 2018
De acordo com informações da VEJA:
Segundo Marlene Sifontes, da Frente Autônoma de Defesa do Emprego, Salário e Sindicato, o governo pretende cruzar os dados sobre participação para promover demissões, transferências, aposentadorias forçadas e suspensão de gratificações e de promoções. O governo pretendia alcançar uma participação maior, razão pela qual governadores chavistas convocaram, em áudios vazados, os militares a usarem “toda a máquina” do Estado para levar eleitores às urnas.
São frequentes na Venezuela relatos de pressão para que o funcionalismo, estimado em 2,3 milhões de pessoas, vote a favor do governo. Isso ocorreu na semana passada, antes da votação. Uma funcionária pública de 71 anos, que ganha o equivalente a US$ 3 por mês, criticava o governo em um restaurante português do centro de Caracas. Questionada se votaria contra Maduro, disse que não o faria por temor a retaliações.