O que está ocorrendo na Nigéria este ano é “puro genocídio”, denuncia a Associação Cristã da Nigéria, (CAN na sigla original).
Os pastores calculam que são mais de 6.000 cristãos mortos este ano – a maioria mulheres e crianças – assassinados por extremistas islâmicos da etnia fulani desde janeiro.
“O que está acontecendo na Nigéria, principalmente no estado de Plateau é puro genocídio e deve ser interrompido imediatamente”, disse a CAN em uma nota oficial.
Os líderes da Igreja da Nigéria apelam para que o governo “impeça esse derramamento de sangue sem sentido” que poderá levar o país “a uma completa anarquia”.
O comunicado também pede às Nações Unidas que tome medidas para impedir que os ataques dos fulani ganhe corpo e possa se espalhar para os países vizinhos.
A queixa da liderança evangélica no país é que o presidente Muhammadu Buhari, um muçulmano da etnia fulani, não está agindo para levar os agressores à justiça.
Para a CAN não resta dúvida que os jihadistas são “assassinos e terroristas”, embora o governo trate a situação como um conflito étnico, algo comum na África.
A CAN listou os ataques em larga escala que ocorrem desde o início deste ano, incluindo o massacre de mais de 200 pessoas, a maioria cristãs, no final de junho.
Nos últimos três dias, o número de cristãos mortos em ataques cometidos por extremistas islâmicos da etnia fulani já supera os 200.
A Associação Cristã da #Nigéria qualificou esses ataques recentes de "genocídio".#SemanaRenovahttps://t.co/gGAQc9HAZx
— RENOVA (@RenovaMidia) July 1, 2018
Embora as agências de notícias internacionais tenham reproduzido o argumento do governo e caracterizado os ataques como uma disputa de terras entre grupos étnicos distintos, grupos internacionais que monitoram a perseguição, como a Portas Abertas e a International Christian Concern, vêm mostrando que os cristãos são claramente o alvo.
Para alguns analistas, entre os jihadistas fulani há membros do Boko Haram, facção terrorista ligada ao Estado Islâmico que jurou eliminar os cristãos do país para estabelecer um califado.
O maior indício que eles possuem patrocínio externo é o fato de usarem facões nos primeiros ataques, há dois anos, e nos mais recentes executarem as pessoas com fuzis de assalto e destruírem igrejas com morteiros.
Com informações da Gospel Prime