Os bispos da Nicarágua deram um ultimato ao presidente Daniel Ortega: se as negociações entre governo e oposição não apresentarem frutos dentro de um mês, a Igreja Católica abandonará o papel de mediadora da crise no país.
A repressão por parte das forças de segurança do presidente esquerdista da Nicarágua já deixou um saldo de 63 mortos em uma semana e manteve a oposição e movimentos estudantis nas ruas.
No domingo (29), milhares saíram as ruas em marcha mobilizada pela Igreja Católica.
A marcha foi convocada pela Igreja na capital da #Nicarágua para bradar pela paz, mas transformada num gigantesco protesto que exigiu o fim dos 11 anos de autoritarismo e corrupção do governo esquerdista de Daniel Ortega.https://t.co/xkMzKaRyVR
— RENOVA (@RenovaMidia) April 30, 2018
De acordo com informações da Isto É:
“Dissemos ao presidente que, um mês depois do início do diálogo, faremos uma pausa para avaliar a vontade política de implantação dos acordos”, afirmou o arcebispo de Manágua, cardeal Leopoldo Brenes, também presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua.
Segundo ele, se a Igreja considerar que “não estão sendo dados os passos necessários”, dirá ao povo que “não se pode seguir adiante”. A mediação dos bispos nicaraguenses foi pedida pelo próprio Ortega, após a onda de protestos que tomou conta do país por causa de um polêmico projeto de reforma previdenciária, já retirado.
Ainda não há uma data certa para o início das negociações, ou sequer uma agenda definida