“Além do impacto na saúde das pessoas, o Covid-19 traz outra ameaça que é o apagão econômico”, diz o médico.
Ao comentar sobre a proliferação global do novo coronavírus, o infectologista Esper Kallás, titular de Imunologia Clínica e Alergia de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), afirmou ser contra o “regime de quarentena sem sintomas” e demonstrou discordância com a política de “fechamento de fronteiras”.
Em depoimento à coluna de Sonia Racy, no jornal Estadão, Kallás disse acreditar que é possível conter a “disseminação do vírus […] investindo em testes para diagnóstico em larga escala”.
O médico destacou que, apesar da importância de isolamento para pessoas com sintomas da Covid-19, o impacto econômico da pandemia pode ser extremamente nocivo:
“Além do impacto na saúde das pessoas, o Covid-19 traz outra ameaça que é o apagão econômico. Não dá para parar tudo por muito tempo. Num país com cerca de 40% das pessoas dependentes de trabalho informal, muita gente vai ficar sem ganhar nada e passar fome.”
O infectologista ainda ressaltou as dificuldades enfrentadas pelo Ministério da Saúde do governo Jair Bolsonaro e pelos secretários estaduais da Saúde:
“O Brasil é desigual e veremos realidades diferentes. É muito duro estar na pele de um membro da equipe técnica do Ministério da Saúde ou das Secretarias Estaduais ou Municipais de Saúde. A gente precisa ter paciência e dar apoio a esses colegas, senão eles não aguentam.”