Léo Pinheiro disse ter enviado cerca de R$ 400 mil reais para campanha de Bachelet.
Em acordo de delação premiada, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, mencionou que o condenado Lula da Silva (PT) intermediou negócios da empresa com governos da Costa Rica, do Chile e da Bolívia.
No Chile, a empreiteira OAS tentava se fixar em 2013, quando já havia conseguido integrar um consórcio para a construção de uma ponte no sul do país.
Léo Pinheiro informou que a OAS temia perder o contrato com a mudança de governo, no ano seguinte, e a situação foi explicada a Lula na ocasião de viagem para uma palestra.
Michelle Bachelet, do Partido Socialista, tomaria posse em março de 2014.
Ainda segundo o relato, Lula falou que conversou com o ex-presidente chileno Ricardo Lagos, também do Partido Socialista, que teria garantido que a construtora do Brasil continuaria na obra.
O empreiteiro disse ainda que, na sequência, Lula pediu dinheiro da OAS para a campanha de Bachelet.
Pinheiro disse ter determinado, então, o pagamento de 101,6 milhões de pesos chilenos, o equivalente à época a cerca de R$ 400 mil reais, “nos interesses da campanha de Bachelet”, informa o jornal Folha de S.Paulo, em parceria com o site panfletário Intercept.
O jornal EL PAÍS também teve acesso a uma proposta de delação premiada de Pinheiro, que estava disponível em conversas, de junho de 2017 no Telegram, supostamente enviadas ao site do militante norte-americano Glenn Greenwald.
Bachelet, hoje alta comissária da Organização das Nações Unidas para Direitos Humanos, negou alegações do empresário brasileiro.
“Minha verdade é a mesma de sempre, eu nunca tive envolvimento com a OAS”, disse Bachelet ao canal de televisão 24 Horas, em Genebra, segundo o site Terra.