O caso dos negócios da Odeberecht em Angola tem Lula como réu em dois processos penais abertos na Justiça Federal, em Brasília.
O empresário Marcelo Odebrecht confirmou, nesta segunda-feira (7), o acerto de propinas ao Partido dos Trabalhadores (PT) em favor do ex-presidente Lula da Silva, relacionado ao financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de exportação de serviços do grupo em Angola.
Ouvido como delator pelo juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, o empreiteiro disse que manteve o teor de suas delações e voltou a apontar contradições nos depoimentos do pai, Emílio Odebrecht.
Segundo o site R7, Marcelo Odebrecht declarou:
“Naquela época, eu tinha uma conta corrente que eu e Palocci administrávamos, e que pertencia ao PT, Lula e que, na verdade, era fruto de um combinado de Lula com meu pai. Quando havia pedidos de valores para ajudar o PT, saía dessa conta corrente.”
A conta corrente está registrada na “Planilha Italiano“, apreendida pela Operação Lava Jato, que era a contabilidade informal de um crédito de R$ 300 milhões que os Odebrecht reservaram para pagamentos ao PT.
Odebrecht afirma que na “Planilha Italiano” havia duas “contrapartidas” — que seriam os negócios onde houve cobrança condicional de propinas — o caso do chamado “rebate”, no negócio em Angola e BNDES, e o Refis da Crise.
No caso do financiamento de Angola, Marcelo Odebrecht apontou envolvimento do ex-ministro Paulo Bernardo:
“A Planilha Italiano era a conta corrente onde havia créditos que eram colocados em função de pedidos, que eram feitos, principalmente através de Palocci. Basicamente por Palocci e, no caso do rebate, por Paulo Bernardo.”