Médicos entendem que a suspensão da quarentena para toda população exporia ao vírus os que ainda não ficaram doentes.
Ainda não é possível afirmar qual a melhor forma de finalizar o período de confinamento na França sem reativar a pandemia do novo coronavírus.
De acordo com artigo publicado no semanário Journal du Dimanche (JDD), um grupo de médicos propõe recorrer à Inteligência Artificial para definir como o país deixará a quarentena.
Segundo os signatários do documento, a suspensão da quarentena para toda população exporia ao vírus os que ainda não ficaram doentes, correndo o risco de deflagrar uma “segunda onda da pandemia”.
Um dos planos propostos por especialistas se baseia em controlar a população, por meio de aplicativos móveis, como fez o regime comunista da China, para confinar os doentes e os que tiveram contato com eles.
Na visão deste grupo de médicos, no entanto, esta estratégia não se ajustaria à França, podendo sofrer ampla resistência da população.
Os médicos que assinaram o documento em questão defendem o uso da Inteligência Artificial, por intermédio de uma iniciativa chamada CovidIA, que “aplicaria modelos de Inteligência Artificial baseados em hipóteses iniciais sobre a doença” e resultados de testes, combinados com “dados de geolocalização contida em telefones celulares, de forma controlada, anônima”.
Os signatários argumentam que este método pode levar a “previsões cada vez mais confiáveis”, destaca a agência France-Presse.
Com base neste cenário, os médicos pedem “às autoridades que, de forma temporária e controlada, os dados de saúde e certos dados das operadoras de telefonia móvel estejam disponíveis, de forma anônima e criptografada”, assim como controlada pelos órgãos competentes.