O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse que atores e atrizes apoiam o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) em silêncio, por medo de retaliação.
Em entrevista ao jornal Estadão, o ministro contou que já recebeu membros da equipe de Bolsonaro interessados em obter informações. Ele declarou:
Regina Duarte teve grande coragem, rompeu esse consenso e estabeleceu um diálogo. Há outros grandes nomes de atores e atrizes de cinema e teatro que apoiam mas estão com medo de retaliação. Não posso falar seus nomes.
A atriz Regina Duarte foi duramente criticada nas redes sociais, inclusive por “colegas” da Rede Globo, após declarar seu voto em Jair Bolsonaro. O ator petista José de Abreu foi um dos seus principais algozes.
O ator petista José de Abreu escreveu:
"Respeitei a posição de Regina Duarte enquanto ela apoiava a direita democrática com Serra, Alckmin, FHC, Doria. Quando apoiou o impeachment. Mas não respeito artista que apoia fascista."https://t.co/DBkZAqnb6B
— RENOVA (@RenovaMidia) October 14, 2018
Sérgio Sá Leitão continuou:
Intolerância é sempre o que o outro faz. Há exemplos disso nos dois lados. Eu sigo otimista, acho que o bom senso tende a prevalecer. Sim, nós temos de um lado uma grande incógnita, porque o candidato Bolsonaro e sua equipe têm pouca familiaridade com o setor cultural. E há do outro lado também questões muito preocupantes. Eu gasto metade do meu tempo e da minha equipe resolvendo problemas herdados das gestões do PT. Eles tiveram alguns méritos, acrescentaram coisas importantes ao repertório da Cultura, mas foram extremamente desastrosos com relação à gestão, produzindo prejuízos imensos ao erário.
E acrescentou:
Não é possível aceitarmos que tenham sido acumuladas 25 mil prestações de contas sem análise no caso da Lei Rouanet, por exemplo. E eu conheço outros artistas e produtores que não se manifestaram ainda mas criaram pontes com a campanha do Bolsonaro. Eu acho esse movimento positivo para despertar interesse do candidato na área. O presidente tem que dialogar com todos os setores da sociedade.
Adaptado da fonte Estadão