Órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA) aponta um padrão de detenções arbitrárias de opositores pelas forças de segurança da ditadura de Daniel Ortega, na Nicarágua.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) denunciou nesta quarta-feira (6) uma escalada de ataques à imprensa na Nicarágua, bem como a persistência de abusos contra oponentes do ditador Daniel Ortega.
A denúncia da CIDH, órgão autônomo da OEA, é feita nove meses após o início de uma onda de protestos que abalou o país.
A organização afirmou que casos documentados mostram que um padrão de detenções arbitrárias e ilegai” de dissidentes foi mantido nos últimos meses. A CIDH instou o país a restabelecer as condições inerentes ao Estado de Direito.
Ortega, um ex-guerrilheiro esquerdista de 73 anos que governa a Nicarágua desde 2007, reprimiu com violência as manifestações da oposição no ano passado.
Segundo grupos de direitos humanos e a oposição, a repressão de Ortega deixou 325 mortos, mais de 700 detidos e 80.000 exilados.
Em seu comunicado nesta quarta-feira, segundo o Correio Braziliense, a Comissão ressaltou uma “ofensiva” para censurar e fechar veículos de comunicação e prender jornalistas. Nos últimos três meses, mais de 60 jornalistas foram exilados devido a ameaças de grupos controlados pelo Estado.