O novo presidente do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) afirmou que a expectativa por novas fases da Operação Lava Jato gera uma paralisia nos setores público e privado.
Para Felipe Santa Cruz, há um clima de insegurança jurídica no país com “investigações sem fim”.
Questionado sobre um possível avanço das apurações sobre o Poder Judiciário, o novo presidente da OAB afirmou que “operações não devem ter finalidade”.
Em entrevista à Folha, Santa Cruz afirmou:
“O Judiciário, assim como qualquer outro poder, deve responder pelos seus erros. Não devemos fazer da Lava Jato um livro em fascículos interminável. Para nós é preocupante a paralisia do poder público, um apagão das canetas diante da insegurança jurídica. O país está parado como se estivesse num grande processo de acompanhamento de investigações sem fim.”
Indagado sobre o projeto de Lei Anticrime proposto por Moro, o presidente da OAB declarou:
Entendo que o governo foi eleito com uma pauta forte de segurança pública. Me preocupa é radicalizar o modelo que já está dando errado. Temos uma situação carcerária dramática. Essa população carcerária é mão de obra abundante para as quadrilhas.
Também me preocupa que se crie com a legítima defesa do agente policial uma ordem para aumentar a letalidade de uma polícia que já é a que mais mata no mundo.
Vejo com bons olhos o cuidado maior com o crime de porte de armas, a busca de se regularizar a questão do caixa dois.