Médicos franceses observaram que, no período do “lockdown”, houve um aumento dos infartos fora do hospital.
O cardiologista Eloi Marijon, da França, publicou um estudo¹ na revista especializada The Lancet Public Health com uma informação preocupante sobre os efeitos nocivos da política de isolamento social.
Marijon, que é diretor do centro especializado em morte súbita do Inserm (Instituto de Pesquisas Médicas da França), mostrou que os ataques cardíacos ocorridos fora dos hospitais de Paris duplicaram nas três primeiras semanas de confinamento no território francês.
Uma das hipóteses é que os pacientes cardíacos interromperam o acompanhamento médico com medo de serem contaminados pela coronavírus.
De acordo com Marijon, os médicos observaram que, no período do “lockdown”, houve um aumento dos infartos fora do hospital.
O médico explicou que os casos não apenas dobraram, mas também eram mais graves: cerca de metade doentes não sobrevive:
“O aumento das paradas cardíacas não foi simplesmente uma consequência do vírus. Apenas um terço dos casos, cerca de 33%, esteve associado à uma infecção pela Covid-19.”
Os outros dois terços correspondem² a uma degradação do estado de saúde do paciente, e é isso que mais surpreendeu a equipe de pesquisadores.
A pandemia está atualmente sob controle na França, mas a longa quarentena, que começou no dia 16 de março e terminou em 11 de maio, foi uma verdadeira prova de fogo para a saúde de muitos franceses — principalmente aqueles que sofrem de doenças crônicas, incluindo as cardíacas.
Referências: [1][2]