A desconhecida história de Julio Lobo, o homem mais rico de Cuba que teve fortuna tomada por Che Guevara.
Em 11 de outubro de 1960, Julio Lobo, o homem mais rico de Cuba, foi chamado às pressas em plena madrugada.
Lobo era conhecido como o “rei do açúcar”, tendo feito fortuna vendendo o produto.
O local do encontro era o Banco Nacional de Cuba. Seu interlocutor, o recém-nomeado “presidente-ministro” da instituição financeira, Ernesto “Che” Guevara.
Lobo e Guevara sentaram-se frente à frente. Ao redor deles, pilhas de papeis. A nuvem formada pelas baforadas de tabaco ajudavam a dar um tom de suspense ao que estava por vir.
Guevara foi breve.
Ele disse a Lobo que não havia espaço para o capitalismo na nova sociedade; mas o convidou para integrar o governo.
A proposta soaria indecorosa para muitos: o empresário abdicaria de todos os seus bens e passaria de patrão a empregado, passando a chefiar a estatal que controlaria o comércio do açúcar de Cuba.
Em contrapartida, poderia manter a mansão onde vivia e Tinguaro, um de seus 14 engenhos de açúcar, seu favorito.
Naquele momento, seu império incluía armazéns, refinarias, agência de radiocomunicações, banco, empresa de transporte, companhia aérea, seguradora e petroleira.
Tudo passaria para as mãos do povo.
Lobo engoliu tudo a seco. Não respondeu imediatamente e pediu alguns dias para pensar.
Na manhã seguinte, quando chegou a seu escritório, chamou sua secretária para ajudá-lo a juntar alguns papeis importantes, que até hoje constituem o arquivo preservado por seus descendentes na Flórida.
“É o fim”, disse ele.
Dois dias depois, quando o avião onde estava decolou do aeroporto a leste de Havana, Lobo olhou pela última vez “a ilha que ele mais amava”.
Leia o restante da matéria no site da BBC Brasil