Refugiados estão usando acordo de repatriação fechado entre Nicolás Maduro e a governadora de Roraima para rever família e depois regressar ao Brasil.
Há duas semanas, a governadora de Roraima, Suely Campos (PP), foi a Caracas e fechou um acordo para ajudar o ditador Nicolás Maduro na repatriação de refugiados. O pacto é parte do programa “Volta à Pátria”, feito pelo chavismo para melhorar a imagem do governo.
Com o acordo, #Roraima disponibilizará ônibus para levar os venezuelanos até a cidade de Pacaraima, na fronteira com o #Brasil. Resta saber quantos vão querer retornar.https://t.co/c8CVZ3KiVL
— RENOVA (@RenovaMidia) September 21, 2018
Em Boa Vista, porém, muitos que aderiram ao programa dizem que usarão a viagem de volta para rever a família e depois voltar ao Brasil.
O projeto “Volta à Pátria” foi criado em agosto. Mas, segundo refugiados que não quiseram se identificar, a volta não é fácil.
Os ônibus que levam os imigrantes de Boa Vista são direcionados até a Guarda Nacional, de lá, eles são enviados para as cidades onde vivem. A ajuda termina aí.
Com isso, a maioria teme sair de uma situação ruim para voltar a passar fome na Venezuela.
Outro problema é que muitos temem represálias. “Os que chegam são obrigados a jurar a bandeira e prometer que não sairão mais, sob a pena de ter seus carnês da pátria tomados”, disse um deles.
A situação na fronteira continua tensa. Todos os dias, mais de 800 venezuelanos entram em Roraima, que já recebeu, segundo a Polícia Federal, mais de 72 mil pedidos de refúgio.
Adaptado da fonte Estadão